domingo, 6 de outubro de 2013

Atualizando...

Depois de muito tempo sem escrever, hoje deu até saudade do blog. 
Estamos bem! Marido continua trabalhando na mesma empresa, começou a fazer inglês na YMCA pra aperfeiçoar o idioma, eu continuo na francisação, agora, no último nível,  e fazendo mais algumas horas de conversação em centros comunitários pra tentar melhorar pronúncia e fluência e, assim, a vida vai andando.
O outono chegou e as folhas das árvores colorem a cidade, mas isso é rápido, logo essas folhas caem :( Época de ir na colheita de maças, a temperatura já fica abaixo de vinte graus, a vida que o verão trouxe às ruas já vai se alterando, mas Montréal continua maravilhosa!
Essa semana foi a abertura do campeonato nacional de hockey (LNH) e o show foi na Place des Arts, na Place des Festivals, com um show gratuito do grupo Kings of Leon, e foi muito bom!
A cada dia vamos nos adaptando mais a nova vida, tentando nos encaixar e sentir menos as diferenças e as faltas. Por vezes a saudade aperta, e cedemos a ela, choramos um pouco no escuro do quarto, na discrição do chuveiro, no vazio de uma tarde. Daí respiramos pensamos na vida pra levar e nas coisas maravilhosas que temos aqui e nos silenciamos com o coração repleto de emoção.
A cada dia também conhecemos mais a cidade e sua dinâmica, coisas que funcionam bem e outras que deixam a desejar, coisas que nos surpreendem e outras que nos desapontam.
Descobrimos outras culturas, nos despimos de preconceitos, mas ganhamos, infelizmente, outros. Somos humanos...
Aprendemos que no sistema tem muitas falhas, que ser québecois não quer dizer ser sempre decente, que começar é mais difícil do que pudemos imaginar, que é possível se divertir muito mais do que sonhamos e com muito menos do que pensamos.
Descobrimos novos prazeres e possibilidades, como andar de bicicleta numa madrugada de final de verão, na ciclovia do canal Lachine, sem medo de morrer, ou de ser roubado; como escutar uma cantora desconhecida na Francofolies, amar e escutá-la frenquentemente no mp3; como fazer amigos maravilhosos, tantos que nem sabemos como; ...
A vida é bela! Nem sempre feliz,  mas sábia e cheia de possibilidades. Sorria e agarre-a :)
E eu AMO MONTRÉAL!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Pollyana e alguns direitos do consumidor.

Estou in love com Montréal, ou melhor, j'ai tombé d'amour pour Montréal
Todos os dias descubro algo incrível, me encanto com as flores por todos os lados, no público e no privado, com os parques bem cuidados e cheios de lazer, com os festivais no invernos ou verão (principalmente), com a liberdade que sinto na maneira de me vestir, onde ir, a que horas voltar, por onde passar. 
Quase que diariamente escrevo no meu Facebook alguma coisa que remete às essas sensações e que acaba dando uma impressão de que tudo aqui é perfeito e que estou com uma crise de "pollyanismo":)
Um dia dessa semana resolvi reclamar de algo, pra não acharem que só falo bem e que não vejo os defeitos, apesar, de no blog, já ter citado alguns. E não é que uma amiga, que mora aqui há mais de 20 anos me corrigiu e disse algo incrível e impressionante sobre a minha crítica, o que fez com que ela caísse por terra. E, viva Montréal!
Reclamei que aqui, por frequentes vezes, ficamos sabendo de alguma oferta, no mercado, de eletrodoméstico e tal e, quando vamos comprar, desolé, c'est fini! Ás vezes o produto está em exposição, olhamos, testamos e na hora H não tem em estoque.
Minha amiga me disse que se a oferta não diz até acabarem os estoques, você pode ir ao caixa e reclamar que o produto não existe e pedir un bon differé, isso significa que você terá um mês pra comprar o produto com o preço especial! Outra coisa que ela me ensinou é que se compramos um procuto e, nos próximos dias verificamos que ele entrou em oferta, podemos retornar na loja e pedir o reembolso da diferença, no caso dela, uma vez, ela fez isso com seu jogo de quarto e recebeu de retorno 850$! E tem mais, se sabemos que algo entrará em oferta, por exemplo, amanhã (aqui recebemos jornaizinhos de oferta em casa, semanalmente, na véspera dela começar) e que ela valerá até o final do estoque e temos medo de não encontrar o produto por qualquer motivo, podemos ir na loja hoje, adquirimos o produto pelo preço normal e, amanhã, pedimos o reembolso da diferença+taxas. 
Então, desculpe-me todos, pois continuarei muito feliz sendo Pollyana e, espero que por muito tempo!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Coisas que fazemos em paz aqui

Quando mudamos sabíamos das dificuldades que enfrentaríamos, mas também de algumas coisas que gozaríamos, com ou sem dinheiro :) E assim tem sido.

Numa madrugada quente de primavera, marido decide naviguer sur internet olhando sites pra procurar alguma oferta interessante de TV.(Chegamos há 4 meses e estávamos sem TV)
Ele encontrou um modelo que gostou mas, aquele era o último dia da promoção (uma quinta-feira) e, em nenhuma loja de Montréal tinha disponível, o lugar mais próximo era em Laval. Assim, após o trabalho, ele retornou pra casa, pegou o carrinho de compras e foi pra Laval. Voltou, mais de 21:30h, sozinho, com nada disfarçando a caixa da dita, tranquilo a não ser pela dificuldade de carregar o aparelho sozinho e meios disconforme no carrinho. Inacreditável! Em SP, se ele fizesse isso ficaria sem tv, sem roupa, carteira, talvez até sem vida...

No final de semana passado toda cidade estava voltada para o Grand Prix do Canadá, que ocorre em Montréal. Ao mesmo tempo estava acontecendo um festival na Rue Crescent  esquina com a Ste. Catherine (FESTIVAL LG DU GRAND PRIX 2013). Esse evento abre a temporada de festivais de verão da cidade. Então, na sexta depois da minha francisação, eu e 2 amigas combinamos de nos encontrarmos e irmos conferir. Foi muito bom!!!
Chegamos na hora do show de uma banda cover do Queen, maravilhosa! Nos divertimos muito! Dançamos, cantamos, rimos, conhecemos e conversamos com a irmã da cantora da banda que estava ao nosso lado, super animada! Coloquei minha mochila e a caixa com um sapato que havia comprado, no chão, sem medo, com espaço pra dançar e me divertir. Fiquei maravilhada! Estávamos num evento público, em pleno centro da cidade, ouvindo música de qualidade, sem os maridos, sozinhas e seguras, sem empurra-empurra, sem vermos briga, sem aperto, sem gritaria, fiquei até emocionada!
No sábado à tarde, fui com o marido pra tentarmos pegar um autógrafo do Emerson Fittipaldi (nunca faria isso no Brasil, imagine a zona!), chegamos atrasados, mas a tempo dele passar na minha frente e fotografá-lo :) Conhecemos uma família de brasileiros recém-chegados, batemos papo, fomos na Chapters livraria/papelaria, tomamos um café na Starbucks de lá, andamos, passamos no Five Guys onde comemos um lanche antes de retornamos pra casa, numa noite de garoa, agitada e feliz! 
E, no sábado de manhã, eu já tinha ido de metrô e à pé, ao Marché Sá et fils pra comprar comidinhas do Brasil e picanha!!! Levei o tal carrinho de compras, essencial pra quem não tem carro, fiz minhas compras, voltei de ônibus, tranquilamente, admirando a cidade e surpresa de como é diferente de SP.




Domingo, após o almoço, como tem sido todos, quando o tempo colabora, fomos pedalar pelo Canal Lachine, passamos pelo Parc Angrignon, admiramos a beleza da vida! Sentimos o vento no rosto e a alegria no coração! na volta, passamos na Brasserie St Ambroise, que fica ao lado da ciclovia, tomamos um chopp, comemos alguma coisa e continuamos o nosso caminho, até a estação St. Henri, onde resolvemos voltar de metrô. Bateu um 'banzo":)

Mas nem tudo são flores...O sistema de metrô de Montréal passou por uma mudança no seu sistema informatizado e isso tá dando uns paus e contratempos! Algumas vezes por semana os trens atrasam, a linha laranja (a minha...) pára. Por 2 vezes vim do Cégep até em casa a pé, uma hora de caminhada! Até tentei pegar o ônibus, mas numa situação dessa, imaginem como não está o ponto de ônibus...
Outra coisa é a dificuldade de se encontrar um médico de família, a quantidade de horas que se tem que esperar pra ser atendida no hospital, ou mesmo na clínique privé. Longe do perfeito!

Mas continuo afirmando que a felicidade, a paz, as oportunidades, os parques,...tudo supera os inconvenientes e, até mesmo a saudade! Isso torna menos doída a saudade, as dificuldades do idioma, o desemprego, o começar de novo! 
E posso afirmar que amo o Canadá, amo Montréal!!! E que a cada dia fico mais revoltada com o Brasil, em que o clima é sempre bom, em que na terra tudo dá, que é lindíssimo e cheio de praias, mas sem vergonha, sem caráter, sem amanhã. Meu país que eu amo e que sempre será meu, mas que nunca me ofereceu a possibilidade de tornar meus sonhos reais e um dia de paz e como o que vivo aqui!






segunda-feira, 6 de maio de 2013

Estamos vivos

Oi!!! Tô viva:)
Passei pra contar as novas. 
Comecei a francisação em tempo integral  dia 1. Por enquanto, não deu pra avaliar direito e formar uma opinião, por causa do curto período de tempo, mas posso dizer que a turma é bem heterogênea, dos mais diversos países, sendo, em sua grande maioria, os de língua espanhola, na minha sala uns 60%. Temos 2 professores, uma que fica conosco durante 4 horas, que enfoca a gramática, escrita, etc, e, outro, que é chamado de animateur e que foca mais a fala, atividades culturais, uma aula mais dinâmica. A profa. estou achando sem sal e sem açúcar e meio devagar, mas vamos ver se isso mudará, meus colegas são da mesma opinião. Já o prof. é bem legal, e a aula é mais animada, passa mais rápido e sem sono.
Os dias estão belíssimos!! Acima de 20 graus, céu azul e limpo, as folhas brotando nas árvores e as flores nos jardins!!! Um espetáculo! Demorou, mas a neve foi vencida!
Tenho saído da aula e ido pros parques, porque é muito desperdício ficar em casa com tudo isso lá fora, além de segurança, paz, ciclovias, parques....
Ontem, eu e meu marido fomo até o parque Jean Drapeau de bicicleta. Fomos pela ciclovia do Canal Lachine, passamos pelo Habitat 67 e seguimos até o Parque. Vista linda, dia perfeito! (Fotinha ao lado)
Mon mari está a cada dia mais adaptado ao trabalho. Na sexta, da 3, fez um mês que começou. Está gostando bastante!
Voltamos na Ikea e compramos os móveis que queríamos, ainda faltam várias coisas (sofá, tapete, TV, rack...), mas são menos essenciais e vamos adquiri-las mais lentamente e, com o tempo, tudo vai ficando arrumado e as coisa tendo seu devido lugar.
Estou gostando muito da casa que moramos e adoro a rua e o bairro!
Esta semana devemos receber nossa carte da Assurance Maladie.
Montreal é linda, com neve ou sol. Adoro!!! E estou aproveitando bastante!
Mas, não vou mentir, não é fácil imigrar, mesmo com tudo o que o Canadá, Québec e Montréal oferecem. A adaptação ao idioma é difícil (pior, pq eu não tenho o inglês), sentimos falta de alguns ingredientes brasileiros, de alguns produtos, da família, amigos, do conhecimento territorial e legal que tínhamos. Também não é fácil retornar a sala de aula pra aprender a falar, ler e escrever. Ficar desempregada, meio  perdida. Mas, tudo tem valido a pena, até agora.
Ninguém disse que seria fácil, mas a dor é superada pelo prazer e a pela paz de aqui estar.

Au revoir!

sábado, 13 de abril de 2013

Casa nova, emprego novo, francisação.

Na segunda-feira, dia 01 de abril, nós fizemos nossa mudança do lugar temporário. Marido optou por alugar um carro para agilizar as coisas e porque poderíamos usá-lo para comprar algumas coisas que precisávamos meio que logo.
Foram três viagens, com um Corolla,  até o endereço novo, que fica a uns 600 m de onde estávamos. Como já tínhamos adquirido algumas coisas e como tínhamos nossas 7 malas, ficaria muito cansativo e desajeitado, e quase inviável, fazermos a mudança à pé.
Tudo correu bem. Depositamos as coisas na casa nova e corremos para a Ikea para comprarmos a cama e cômoda, que já estavam escolhidos, aproveitando que estávamos motorizados.
Decepção foi quando entramos e já fomos nos móveis escolhidos só pra revê-los e pegar o código da localização dos mesmos nos estoque e nada deu certo.
Pra quem não sabe, lá é um verdadeiro self-service! Você escolhe as coisas que quer adquirir, pega os código que informa qual o número do corredor e prateleira, atravessa a loja inteira pra chegar no estoque, e você mesmo pega as peças do produto e coloca no carrinho. Se demorar muito, se o produto tiver muita saída, etc, corre-se o risco de já não ter mais nada, mesmo tendo verificado em casa a quantidade disponível no estoque da loja. E, conosco, não foi diferente. 
Compramos uma mesinha pro microondas, mas o principal, cama, cabeceira e cômoda, não:( O local para pegar a cômoda estava vazio; a cama havia mas estava em algum lugar desconhecido e teríamos que pedir a entrega, o que já faríamos, mas como não havia a cômoda, teríamos que pagar 2 fretes quando, eventualmente, a comprássemos. Mesmo com a cabeceira e a cama, decidimos não fazer a compra. Foi um desolé total!!! A Ikea é meio fora de mão e fica num lugar meio descampado, que num dia um pouco mais frio e com muito vento, é uma tortura de ir de ônibus e atravessar á avenida e o estacionamento a pé!!!
Mas, tudo bem. Agora aguardo o dia para irmos fazer isso, pois as peças são muito grande e não sei se conseguiria carregar sozinha e o marido já está trabalhando desde o dia 3!
Falando nisso....Marido fez entrevista para uma vaga numa empresa que fica na mesma linha de metrô em que moramos, foi a única entrevista de emprego que teve aqui, e não foi por telefone, como parece que geralmente ocorre, numa primeira sondagem. Estávamos aqui há uns 50 dias, mas mon mari estava, procurando emprego, de fato, há umas duas, três semanas, quando a oportunidade apareceu, um conhecido divulgou a vaga numa comunidade, repassei para meu marido, que lhe enviou o currículo (detalhe: em inglês) e, no dia seguinte já foi remetido para o RH da empresa que telefonou e já marcou a entrevista para dali alguns dias! 
A entrevista foi numa sexta, foi longa. Teve a entrevista e testes, acho que durou, ao todo, um pouco mais de 2 horas. Na hora que o marido entregou o teste, uma das pessoas que o entrevistou que foi buscar a prova e o comunicou que era imigrante também, do Brasil, e conhecia a universidade que tinha cursado, suas referências de trabalho e tal. Isso já deu um ânimo na gente, né:) Na segunda, depois das 18h, telefonaram avisando que tinha sido aprovado e se estava interessado. Claroooooooooooooooo. Daí sim, demos um suspiro e acho que veio um pensamento comum, que aguardávamos nesses quase dois meses que tinham se passado: "Agora, eu posso dizer que estou morando em Montréal, de verdade!!!"
Afirmo, que de tudo, mesmo com Bail assinado,ter emprego é o que mais define a estadia aqui. E, pensar que em menos de dois meses o marido estava empregado, foi maravilhoso! E o nosso coração se encheu de alegria e esperança!
Ele começaria no dia primeiro desse mês, mas, já na entrevista disse que dia 1 teria que fazer a mudança, assim, começou dia 3 e parece estar se adaptando bem.
A casa nova fica perto do metrô Villa Maria e Snowdon. Como já estávamos por aqui ficava mais fácil, com frio e neve, buscar por aqui mesmo, sem falar que gostamos muito da região!
É um 4 e meio, mais do que pretendíamos, num térreo de um duplex. Por enquanto estamos bem satisfeitos com nossa morada. Faltam móveis, eletrodomésticos, alguns ajustes e consertos, mas, no geral, está ótimo!!!
Nesse meio tempo me inscrevi na francisação, fiz o teste de nível na sexta passada e já consegui vaga pra começar dia 01/05, em período integral. Isso também é um alívio, porque estou muito ansiosa pra ter uma atividade, melhorar o francês e poder trabalhar o mais rápido possível! Desespero ficar em casa!! E, assim, as coisas vão caminhando, com muita fé em Deus, paciência e umas respiradas no saco de vez em quando, porque nada é só encanto e maravilha.
Desculpem a demora para escrever! É que são tantas coisas pra descobrir, resolver e, de fato, depois que se chega aqui, dá uma preguicinha ficar relatando tudo.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Um passo de cada vez.

Eu sou uma pessoa extremamente ansiosa e quero tudo pra ontem, imagine alguém assim imigrando. Então, não é fácil!
Adoro a cidade, adoro ver coisas por um preço mais justo e acessível, amo a diversidade, a educação. Não gosto de não poder montar casa porque estamos desempregados, porque não sabemos o que será o dia de amanhã, nem se ficaremos por aqui mesmo. Detesto as incertezas, mas eram uma certeza nessa etapa da imigração.
Então, marido está procurando emprego, começou há umas duas semanas. Deus ajude que tenhamos retorno e entrevistas em breve!!!
Nos inscrevemos na francização e teremos rendez-vous no próximo dia 5. Espero conseguirmos logo o curso, pretendo fazer a francização integral, mas, vamos ver o que acontecerá... Andei sondando outras opções, dica de uma amiga, para se demorar muito, ou não conseguirmos a do governo. Gostei da Comission Scolaire (http://www.csdm.qc.ca/EducationAdultes/Programmes/FrancisationAlpha.aspx), tem em vários endereços  e parece ter um preço bem acessível (pelo que me falaram, uns 40$) .
Essa amiga é o máximo! Também nos disse para usarmos a conta do Gmail para fazermos ligações para todo Canadá e EUA, que sai de graça, ainda não testei, mas ela me liga assim :)
Conseguimos alugar nossa casa!!! Já faz semanas, logo depois de escrever o post anterior. Como o imóvel estaria disponível somente dia 1 de abril, acabamos por prorrogar por mais um mês nossa estadia no endereço atual. Isso me dá mais siricutico ainda. Pois, queria estar arrumando as coisas e organizando minha vida na casa nova, mas tudo bem, o que vale é que isso está resolvido e eliminado! Enquanto isso, já compramos algumas coisinhas essenciais (panela, aspirador, copos, vassoura, alguns outros utensílios de cozinha, etc) para irmos nos preparando pra mudança. 
A casa que alugamos fica num duplex, no térreo, um 4 1/2, entre duas estações de metrô, no mesmo bairro que já estamos e que gostamos muito! Quando estivermos morando numa casa tipicamente canadense, conto a experiência em termos de barulho, aquecimento, eletrodomésticos, etc.
Agora, estou na busca por uma cama e aguardando a questão da francização. Também, vou ver se faço umas pesquisas pra ter uma ideia do que será mais plausível e rápido pra fazer na minha vida profissional.
A partir do mês que vem, amigos pessoais de SP chegarão!!! Não vemos a hora! 
Para maio, temos um acampamento marcado com meu cunhado e família, que moram em Toronto. Sempre quis acampar e nunca conseguir fazer isso na terra Brasilis, tô parecendo criança que irá no parque a primeira vez:)
E assim a vida vai caminhando e a gente se adaptando a novos hábitos, costumes, construções (pior parte...), pessoas, comidas...Seguem algumas fotinhas:

Isso é o que chamam aqui de Ruelle, uma passagem pra pedestres entre as fronteiras das casas. Estava cheia de neve porque ninguém deve passar muito por ai, nessa época.






Neve descongelando e virando estalactites nos telhados.










Caminhão de retirar neve e escola pública na região:














Duplex, e casinhas de madeiras na árvore. Fofo!













Condomínio lindo pertinho de casa.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Caçada ao imóvel

Parte da semana passada e dessa, vivemos a expectativa de acharmos um imóvel para morarmos de forma mais definitiva, ou seja, pelo próximo 1 ano.
Essa busca é cansativa. E por causa do frio e de eventuais surpresas que possam surgir, acabamos nos retendo às proximidades de onde já estamos, que é um bairro muito bom e perto do metrô.
Acho que é uma fase de revelações para quem é brasileiro, e aqui falarei pelo ponto de vista paulista da coisa, porque sempre morei no estado de SP, pode ser que outras regiões tenham suas peculiaridades e eu não as conheça, desculpe!

1. Resolvemos fazer a caça pelo Kijiji.ca ver o que encontrávamos e separar os que interessavam pelas fotos, preços e localização. Obs 1: Não avaliamos nada que não tivesse foto ou que só tivesse foto externa, porque decidimos não está mostrado, algo têm a ser escondido;
2. Procuramos imóveis 3 e meio e 4 e meio, acima disso achei que seria demais e o preço aumentaria muito. Obs.2: inicialmente, pensei no 3 e meio  e sonhava com o 4 e meio, depois acaba-se vendo que, as vezes, o preço não é tão diferente e que seria ótimo ter um quarto extra :);
3. Uma exigência inicial minha era poder ter lavadora e secadora própria, assim estava procurando anúncios de imóvel com entrada para ambas. Obs. 3: Muito difícil!!! Até encontramos, mas detestei o apto! Assim, achei melhor experimentar o esquema "comunitário" e ver no que vai dar. Daí lidamos com outro problema: há buanderie e aquilo que acham que serve ser chamado de buanderie. Lavanderias com mais de uma lavadora e secadora, outras só com um par delas, outras horrorosas, escuras, abafadas (parece que estou entrando na lavanderia do capeta), outras em que o acesso é só por escada (maioria) e daí a gente tem que lembrar dos lances infelizes que a gente vai ter que subir e descer...;
4. Cheiro. É isso mesmo: CHEIROOOOOOOOOOOOO, ODORRRRRRRR. Em vários prédios a gente abre a porta e vem um odor estranho, acho que é de umidade com aquecimento, sei lá, dá vontade sair correndo, levar um "bom ar" na bolsa, preparada para odorizar. Não peguei nenhum apto fedido, mas prédio...Mas também entramos em prédios sem cheiro e até cheirosos, assim, concluí que tudo é uma questão de quem mora, quem cuida e de idade do prédio, muito mais das 2 primeiras do que da último!
5. Quando visitamos os prédios, a grande maioria não tem elevador!!! O preço do condomínio já está no aluguel, então, muito provavelmente, se pagará mais caro por um prédio com elevador, é o preço da comodidade. Tudo bem, muito prédios tem 4, 5 andares, mas tem uns com uma escada tão íngreme! Preste atenção no assoalho também, rangem, tudo range. Geralmente, preço maior, rangimento menor;
6. Tinha esquecido de citar os banheiro e, eventualmente, cozinhas. Os prédios, parecem ter 100 anos, até ai tudo bem, mas, a hora que se vai ver o banheiro, parece que tem 200, mantendo a cerâmica da época do meu  bisavô, com aquele design "maravilhoso" e cor démodé!!! A cozinha, com uma frequência menor, também parece que nunca sofreu uma reforma, além de ser, às vezes, pintada. Eu sou uma pessoa que adora cozinhar e dá muito valor à cozinha, precisa de uma boa para ser feliz e se sentir em casa. Obs: não fomos ver nenhum imóvel com cozinha americana, acho sacanagem o sofá sofrendo com a minha fritura, meu tapete com cheiro de peixe. Muitas vezes, a cozinha é uma extensão da sala, na qual, nem sempre, mudam o piso de madeira para piso frio. Sem nem uma balcãozinho pra separar :( ;
7. Os imóveis que gostamos ultrapassaram o valor que pretendíamos inicialmente, concluímos, que se você que morar num prédio com uma acústica melhor e num bairro melhor e perto de metrô, também vai pagar por isso, mas vai valer a pena, sobretudo pela acústica, que já está me tirando o sono de preocupação.

Ainda não fechamos nada, devemos estar efetuando isso nos próximos dias, se Deus quiser!!!! Oh coisa  trabalhosa e cansativa!
Mais uma observação; encontramos todo tipo de locatário: que quer depósito e fiador com histórico de créditos, outro que quer 6 meses de depósito, e outros que não exigem depósito nenhum; isso é bem dinâmico! Fiquei meio surpresa porque em dois imóveis bons, não precisávamos nem de depósito, só pagar o mês adiantado e pronto, então, não é tão impossível alugar algo sem histórico e sem muita grana pra deixar de depósito.

Quando isso tiver passado e se arranjado eu conto o desenrolar.

Au revoir!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Uma semana de neve

Há uma semana nós chegamos em Montreal.
Depois de muita espera e alguns estresses de última hora, tipo o cancelamento de nosso voo pela United (quase tive um treco!), enfim, Canadá :)
(P.S: Se você puder escolher, não estiver com a grana hiper curta, venha de Air Canadá, será um voo mais confortável, menos cansativo, porque você já chega no Canadá para a conexão, o problema é que passará pela imigração em Toronto, que dizem ser mais chata.)
Neste primeiro mês estamos num basement, super bem localizado, próximo amo Metrô Villa Maria. Nesse período, esperamos alugar algo mais definitivo e em conta, para podermos nos acomodar de forma mais estável e gastarmos menos, enquanto estamos desempregados. 
Tivemos muita sorte porque encontramos amigos que estão nos ajudando muito e nos esclarecendo várias coisas, isso é impagável, porque depende muito de boa vontade e de paciência, vou ficar no débito com eles por enquanto :) Esses novos amigos já estão nos apresentando a outros e assim vai se fazendo conexões e formando nossa nova corrente de amizades, é maravilhoso!
Nessa semana, chegamos com muito frio, neve pra todo lado, temperaturas que variaram de -16 a -6  C. Foi tranquila nossa entrada e passagem pela imigração, na alfandega fizemos o landing, acredite, com uma funcionária super simpática e que falava português :) Pra passar no MICC tivemos que fazer um telefonema de um aparelho próprio no aeroporto - bizarro -, a gente discava uma letra, falava com uma funcionária e ela que descia pra ver a gente e entregar manuais, números de telefones e dar algumas instruções. Foi tudo rápido e mais simples do que imaginávamos!
Meu cunhado, que mora em Toronto há 12 anos, foi um fofo e veio para Montreal com a família para nos recepcionar, pena que deu toda uma mudança no nosso horário de voo por causa do cancelamento e que ficamos menos tempo com eles do que queríamos. Foi ótimo eles estarem aqui, não os víamos há 2 anos, e nos trouxeram uma pequena compra e alguns itens de cozinha para nos amparar nesse primeiro momento, amei! Aproveitamos a presença e fomos ao mercado para fazermos nossa primeira compra.  Muitos itens vem em tipo de embalagem diferente da do Brasil, e acho que se eu fosse sozinha ficaria trocentas horas tentando encontra-los.
Nesse mesmo dia, segunda, após o almoço meus  cunhados e minha sobrinha linda, foram embora e eu e mon mari, fomos comprar casacos e botas, com ajuda da Patinha e Cia :) Tivemos que rodar um pouco para encontrarmos nosso casaco, mas, ao final deu tudo certo e voltamos já vestidos com ele.
Com a bota tivemos um pouco mais de trabalho por causa dos nossos números (o meu é muito pequeno, e o dele é grande) e porque, essa época, a oferta já está menor. Conseguimos comprar só na quinta, no Carrefour Angrignon que tem muitas lojas e é fora da cidade subterrânea, então, acho que sobram mais coisas lá. Dei a maior sorte, porque passei numa loja, experimentei  e não levei porque era a primeira em em que estava indo lá, no final, optei por pegar a bota de lá mesmo e, quando retornei, eles tinham entrado numa oferta de 50% de desconto!!!! Fiquei feliz da vida!
Na quarta, fomos tirar nosso NAS e o Assurance Maladie, pois precisávamos do nosso Bail para comprovação de endereço, porém, na Assurance Maladie ele não foi aceito, porque era apenas de um mês, e tem ocorrido muitas fraudes. Porém, tiramos assim mesmo, mas temos até meados de março para levar um outro comprovante de endereço. Ok!
Na quarta, além de irmos no Carrefour, fomos comprar um notebook. Meu marido trouxe seu desktop desmontado. Com um notebook decente, meu marido pode procurar emprego, fazer suas coisas, sem sentir muita falta do seu computador. Comprei um VAIO de última geração, lindo, por menos de mil dólares!!!!!
Na sexta, fomos atrás de luvas. No sábado, fomos patinar e eu descobri que sou uma negação, cai quatro vezes!!! Ontem à tarde fomos no boliche, nos encontrarmos com outros imigrantes e foi bem legal!
Hoje, iremos no Scotia Bank, tentarmos abrir uma conta, porque tivemos alguns problemas com o HSBC, e ficamos bem decepcionados! Quando fomos lá alterar nosso endereço e pedir nosso cartões de crédito, disseram que teríamos que fazer um depósito de garantia para poder ser liberado pela Mastercard!!! E que esse dinheiro ficaria preso por um ano e meio, para garantir nosso crédito com eles. Daí falamos que já tínhamos Master HSBC Premier no Brasil e que tínhamos todo nosso dinheiro com eles no Canadá, se o que trouxemos já não era uma garantia, disseram que a Master não tem nada com eles, é independente e que ela verificaria nosso histórico de crédito para fazer a liberação, o que ainda não temos, e que, provavelmente, nos seria negado. Ficamos muito p... da vida e seguimos o conselho de uma amiga, marcamos um rendez-vous com o gerente dela no Scotia, eles tem um programa para imigrante bem interessante, vale a pena, que estiver vindo, dar uma checada no site deles.
Por enquanto é isso. Se estamos gostando? Sim, mas ainda está muito no início, não vou falar que não sinto falta de algumas coisas, sobretudo minhas coisas de casa e de receber salário, mas isso é tudo material e poderemos conquistar novamente. Gostamos de atravessar a rua sem sermos quase atropelados, gostamos da quantidade de comida pronta e semi-pronta que existe por aqui, da Dolarama, de poder fazer compras em vários lugares andando fora da neve e do sol, do metrô decente, de ouvir o francês, do lazer barato, e até mesmo da neve, que é um bicho Papão muito menos Papão do que eu imaginava.
Nessa semana iniciaremos nossa busca por outro endereço e intensificar a por emprego.




segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Carregando lembranças

Provavelmente, esse será meu último post em terras brasileiras.
Apesar de termos entregue o apto e já eliminado várias coisas nossas, ainda estamos correndo atrás de muita  coisa: venda do carro, venda do resto dos móveis, docs atualizados da universidade, verificação com a OAB sobre minha licença, procuração, transações bancárias, e ainda a decisão do que deixar e levar, sobretudo com relação a roupa.
Está certo que levarei uma mala extra. O que me deixa triste porque se aquela história de 3ª mala da Air Canadá estivesse válida, ou os vistos saído no prazo esperado, não seria necessário mais esse gasto! No fundo, eu acho que seria  possível dar uma super enxugada nas coisas, sobretudo, em coisas que não vestimos, e levar só 2 malas e a de mão, mas eu acho que já estou deixando tanta coisa, me desfiz de tantas outras, que eu quero levar objetos que deem um ar de lar na nossa nova vida. Estaremos nos adaptando, adquirindo coisas novas, conhecendo gente nova, vivendo num país que não nos é familiar, no sentido nem costumes, de regras legais, de idioma, de forma de morar e conviver socialmente; assim, eu acho que alguns itens são importantes para nos sentirmos menos deslocados e tornar nossa mudança mais tranquila.
Conversando com a Patinha pelo skype, ela só me fez ter mais certeza disso e da importância de se levar esses objetos. Algumas fotos, alguma coisinha de decoração que você ama muito e que não é nem muito grande ou pesado, algo que compense pelo valor, etc.
Sei que seu tivesse podido ficar no Canadá quando estivemos por lá, isso tudo teria ficado e teríamos comprado tudo novo, mas a realidade não foi essa e comprar tudo, significa gastar! Eu conclui que compensa levar a mala extra não só por causa de algumas coisas familiares, mas também pelo valor econômico de outras. Que se fosse comprar ultrapassaria o valor da bagagem. Isso é algo que se tem a considerar.Além do fato de ficar menos coisa atulhada na casa dos outros.
Até pensei em mandar algo via correio, mas parece que um pacote de 5 Kg custa R$60,00, assim, 32 sairiam R$420,00 e demoraria várias semanas para chegar. Uma mala extra custa $150,00, uns R$320,00. Vi pela Fedex e por transportadoras, mas fica muitoooo caro!!!
Ainda não fechei, definitivamente nenhuma de minhas malas, pois sei que muita coisa vai sair e entrar até o sábado, quando, além de nossa viagem, termos o casamento de minha irmã, pela manhã. 
Estamos hospedados na casa de amigas muito especiais só por abrirem as portas pra gente e estarem nos aturando. Obrigadão!!!
Por enquanto é isso. Mandarei mais notícias by Montréal.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Próximo à reta final

Estamos num momento bem complicado e trabalhoso da pré viagem.: escolher o que deixar, levar, doar e jogar. Se falar que temos que fazer tudo isso acumulado com a entrega do apto!!! Já que sairemos do apartamento segunda, as malas devem estar decididas e feitas.
Deixei o meu trabalho na terça, na esperança que daria tempo de organizar tudo até esse final de semana e que daria pra dar uma respirada. Total engano meu!!! 
Acabei decidindo fazer um "bazar" com coisas menores (livros, fôrmas, refratários, pratos, copos, xícaras, etc) para ver se vendia tudo baratinho e arrecadava mais um dinheirinho. Isso foi bem legal porque vendemos muita coisa. Ocupa um bom tempo e dá um pouco de trabalho fazer isso, mas vale a pena, ainda bem que eu tive uma de minhas irmãs que me deu uma baita força! É algo que sugiro. Pois, às vezes pensamos em dar coisas pra alguns parentes, jogar fora, outras nem sabemos o que fazer, e assim, ninguém fica empanturrado de bagulho e levanta-se uma graninha, o que nessa altura do campeonato, ajuda bastante.
Meu maior problema, agora, é um móvel grande que ainda não vendemos e minhas roupas, sapatos e bolsas...Não consigo separar, não sei o que levarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr, minha mala está hiper cheia e acho que não vou conseguir levar só 2 malas!
Bolsas praticamente novas e alguns sapatos muito bons e quase sem uso, de marcas boas, uma sobrinha do meu marido, foi uma fofa, e levou pra cidade dela e já vendeu uma boa parte. Foi maravilhoso, algumas pessoas se mobilizaram e nos ajudaram do jeito que  puderam! O que acaba quase que compensando minha mãe não estar por aqui nesse momento (ela veio antes), e uma distância de outros, mas Deus é maravilhoso e tem nos abençoado em tudo! 
Essa fase serve para me certificar, mais e mais, dos amigos esplêndidos que possuímos e que são bênçãos nas nossas vidas, da sorte de tê-los e como será difícil deixá-los. Mas, tudo leva a crer, que teremos outros maravilhosos no Canadá, que nos ajudarão a minimizar a saudade dos daqui:)
Anda muito difícil ter tempo pra escrever no blog e contar mais detalhadamente sobre essa fase complicada e corrida.
Agora, vou continuar minha labuta.
Au revoir!